Por muito tempo o conceito de
que os sensores de imagem CCD forneciam melhor qualidade de imagem e melhor
desempenho em condições de baixa iluminação foi uma verdade inabalável e
consenso do mercado de segurança eletrônica.
No início dos anos 2000
esta diferença de qualidade era tão grande os sensores CMOS eram utilizados
somente em Webcams de computadores e celulares de baixo custo. Nesse período a
utilização de câmeras de segurança com sensores CMOS, apesar de apresentar custos
mais baixos, levavam a resultados e desempenho de péssima qualidade,
principalmente em condições noturnas e locais com baixa iluminação.
Mas nos últimos anos esta
verdade absoluta caiu por terra, e os grandes desenvolvimento e avanços obtidos
com os sensores de imagem com tecnologia CMOS, alavancados pela evolução dos
smartphones e câmeras digitais,possibilitaram alcançar e ultrapassar amplamente
o desempenho dos sensores CCD em termos de resolução, qualidade de imagem e
sensibilidade.
O fato é que os sensores de imagem
com tecnologia CMOS ultrapassaram a alguns anos a qualidade e custo-benefício
dos sensores CCD. Dessa forma, atualmente a grande maioria dos grandes
fabricantes de equipamentos de segurança optou por utilizar sensores de imagem
com tecnologia CMOS e suas variantes.
Apesar desta evolução tecnológica e de
cerca de 90% das câmeras de segurança utilizarem sensores de imagem CMOS,
alguns profissionais ainda mantém o carregam o conceito de que os sensores CCD
possuem melhor desempenho e qualidade de imagem que os sensores CMOS.
Mesmo com a crescente utilização de
sensores CMOS, cerca de metade das câmeras Speed-domes e PTZ ainda utilizam
sensores CCD. Mas este fato está relacionado a velocidade de desenvolvimento de
câmeras móveis, que normalmente são projetadas para permanecerem em produção
por cerca de 3 a 5 anos. Mas se analisarmos as câmeras Speed-domes e PTZ
lançadas mais recentemente também temos uma predominância dos sensores CMOS e
provavelmente nos próximos anos esta será a tecnologia padrão também para este
tipo de câmera.
Tem-se verificado que nos últimos 3 a 4
anos as câmeras Top de linha dos principais fabricantes passaram a utilizar
sensores de imagem CMOS em vez de CCDs.
O
fato é que atualmente os grandes fabricantes mundiais possuem modelos de
câmeras com tecnologia CMOS de superalta sensibilidade, como as tecnologias
Lightfinder da Axis, Starlight da Bosch, DarkFighter da Hikvision,Starlight da
Dahua, Stellar da Arecont, Lightcapture, etc, todas são CMOS. Da mesma forma,
as principais linhas de todos os fabricantes utilizam como base a tecnologia
CMOS ou suas variantes.
Motivos
Podemos questionar quais seriam os
motivos para essa redução, uma vez que a tecnologia CCD por mais de 20 anos
alavancou um crescimento acelerado dos mercados de vídeo, incluindo o CFTV. Mas
os principais motivos que podemos listar são:
Sensores CCDs tem um
custo de produção mais alto;
Sensores CCDs
apresentam um consumo de energia mais elevado que os CMOS;
A produção de CCDs
requer maquinário exclusivo para a produção de CCDs;
Sensores CMOS podem ser
fabricados com linhas de fabricação de semicondutores convencionais;
Sensores CMOS possuem
leitura individual por pixel, enquanto CCDs possuem leitura por registradores
de deslocamento, que limitam a velocidade e leitura das informações;
Sensores CMOS
atualmente permitem obter resoluções mais altas;
Sensores CMOS
possibilitam a integração de outros componentes na mesma pastilha de silício;
Entre outras.
Cuidado com informações
desatualizadas
Muitos fabricantes e sites informam
que câmeras com sensores de imagem com tecnologia CCD são melhores do que os
com tecnologia CMOS, porém na maioria das vezes tratam-se de informações
desatualizadas e escritas antes desta virada tecnologia ocasionada pela
evolução da tecnologia CMOS.
Dessa forma é importante verificar
que estas afirmações foram verdadeiras, mas deixaram de ser nos últimos anos.
Reforçando mais uma vez a necessidade de reciclagem e contínuo aprendizado e
revisão de conceitos.
O Fim dos Sensores CCDs
Em fevereiro de 2015 surgiram rumores
de que a Sony, principal fabricante e desenvolvedora da tecnologia CCD,
encerrará a produção de sensores de imagem com esta tecnologia em 2017. E em
agosto de 2015 foram liberados relatórios que definem como 2025 a data de
encerramento da produção dos CCDs.
As últimas tecnologias de sensores de
imagem da Sony como as linhas STARVIS e EXMOR são baseadas em tecnologia CMOS,
ao passo que a tecnologia CCD tem sido cada vez mais deixada de lado em termos
de desenvolvimentos.
Este são mais alguns indícios de que a
tecnologia CCD foi ultrapassada e em breve deixará de ser aplicada pelos
fabricantes na maioria das aplicações de vídeo, incluindo os equipamentos de
segurança eletrônica.
Conclusões
A tecnologia CCD foi essencial para
o desenvolvimento de câmeras e dispositivos de imagem e evolução dos diversos
tipos de tecnologias de mídias digitais atuais. Apesar de sua importância, como
toda a tecnologia o CCD também teve seu ciclo de vida, onde a tecnologia nasce,
se desenvolve e morre, quando é substituída por uma tecnologia com melhor
custo-benefício ou maior qualidade. Porém, apesar do final de ciclo de vida da
tecnologia CCD, seu legado e importância não podem ser deixados de lado, pois
foram essenciais para a evolução e desenvolvimento de novas tecnologias como o
CMOS e outras e o conhecimento da sua origem e características é fundamental
para o entendimento do mercado de segurança eletrônica, linha de equipamentos e
tecnologias atuais.
Se você é um daqueles defensores das
câmeras CCDs e ainda acredita que elas são superiores e imbatíveis em
comparação com câmeras com sensores CMOS, sugerimos repense seus conceitos e
busque mais informações no mercado. Sugerimos também que faça testes com
equipamentos atuais e tire suas próprias conclusões. Acreditamos que esta é a
melhor forma de obter conhecimento e definir seus próprios parâmetros de
qualidade para o que é melhor para as suas aplicações.
Engº Marcelo Peres
(@mpperes)
marcelo@guiadocftv.com.br
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